Não existe tal coisa como justiça ou injustiça entre as bestas que não podem fazer acordos de não ferir ou ser feridas. Isto também é verdade para aquelas tribos que não são capazes ou não estão dispostas a fazer acordos de não ferir ou ser feridas.

Os deuses podem ou remover o mal do mundo e não o querem, ou, sendo capazes de fazê-lo, não podem; ou eles nem podem nem querem, ou, finalmente, eles são tanto capazes quanto dispostos. Se eles têm a vontade de remover o mal e não podem, então eles não são onipotentes. Se podem, mas não querem, então não são benevolentes. Se não podem nem querem, então não são nem onipotentes nem benevolentes. Finalmente, se são tanto capazes quanto dispostos a aniquilar o mal, como ele pode existir?

Se deseja desfrutar da verdadeira liberdade, deve ser escravo da Filosofia.

Nascemos uma vez e não pode haver um segundo nascimento. Para toda a eternidade, não seremos mais. Mas você, embora não seja o mestre do amanhã, está adiando a sua felicidade.

Eu cuspo sobre prazeres luxuosos, não por seu próprio bem, mas por causa dos inconvenientes que os seguem.

Quem não está satisfeito com pouco, não está satisfeito com nada.

Por que eu deveria temer a morte? Se eu sou, a morte não está. Se a morte está, eu não sou. Por que eu deveria temer aquilo que só pode existir quando eu não estou?

O homem sábio pensa na fama o suficiente para evitar ser desprezado.

Contra outras coisas, é possível obter segurança, mas quando se trata da morte, todos nós, seres humanos, vivemos em uma cidade sem muros.

A magnitude do prazer atinge seu limite na remoção de toda a dor. Quando tal prazer está presente, enquanto for ininterrupto, não há dor nem no corpo, nem na mente, nem de ambos juntos.

Acostume-se a acreditar que a morte não é nada para nós, pois o bem e o mal implicam consciência, e a morte é a privação de toda a consciência; portanto, uma compreensão correta de que a morte não é nada para nós torna a mortalidade da vida agradável, não adicionando tempo ilimitado à vida, mas removendo o anseio pela imortalidade. Pois a vida não tem terror; para aqueles que compreendem plenamente que não há terrores para eles em deixar de viver.

Um homem irreligioso não é aquele que nega os deuses da maioria, mas aquele que aplica aos deuses as opiniões da maioria. Pois o que a maioria dos homens diz sobre os deuses não são ideias derivadas da sensação, mas falsas opiniões, segundo as quais os maiores males recaem sobre os ímpios, e as maiores bênçãos vêm para os bons dos deuses.

Quanto maior a dificuldade, mais glória há em superá-la, e a perda de falsas alegrias garante uma posse muito melhor das reais.

A necessidade é um mal; mas não há necessidade de continuar vivendo submetido a ela.

O tolo, com todas as suas outras falhas, tem também esta: ele está sempre se preparando para viver.

A carne acredita que o prazer é ilimitado e que requer tempo ilimitado; mas a mente, entendendo o fim e o limite da carne e livrando-se dos medos do futuro, assegura uma vida completa e não tem mais necessidade de tempo ilimitado.

Se os deuses têm a vontade de remover o mal e não conseguem, então eles não são onipotentes. Se eles não são nem capazes nem dispostos, não são nem onipotentes nem benevolentes. Se eles são tanto capazes quanto dispostos a aniquilar o mal, por que ele existe?

Deus está disposto a impedir o mal, mas não é capaz? Então, ele não é onipotente. Ele é capaz, mas não disposto? Então, ele é malévolo. Ele é tanto capaz quanto disposto? De onde vem o mal? Ele não é nem capaz nem disposto? Então, por que chamá-lo de Deus?

Estranho, aqui você fará bem em permanecer; aqui o nosso maior bem é o prazer.

Ser rico não é o fim, mas apenas uma mudança de preocupações.

É impossível viver uma vida agradável sem viver sabiamente, bem e justamente. E é impossível viver sabiamente, bem e justamente sem viver uma vida agradável.

A virtude consiste em três partes: temperança, fortaleza e justiça.

A honra prestada a um sábio é um grande bem para aqueles que o honram.