O que é o verdadeiro Eu? O eu desperto não estava lá no sonho. O eu no sonho que experimentou tantas coisas não está lá no estado desperto... No entanto, há algo em comum: você não pode negar que experimenta o mundo desperto, você não pode negar que experimenta o mundo dos sonhos.

As aparências corpo-mente aparecem em você, a consciência, e desaparecem dentro de você. Você, a consciência, é o experimentador, mas sempre imune.

Não é que você seja pacífico; você é a própria paz.

Você é sempre a testemunha, nunca o testemunhado; sempre o sujeito, nunca um objeto.

Vedanta fala sobre você. Sua própria realidade. O Atman significa o próprio Ser. Quem sou eu? O que sou eu? Aqui e agora. Não é uma jornada no espaço. Não é uma jornada no tempo. Não é uma jornada de uma realidade para outra... Vedanta não é nem mesmo uma jornada de um objeto para outro.

O que é Vedanta? É a fonte do conhecimento espiritual chamado Upanishads … Em um sentido secundário, os textos em si são chamados Vedanta. Em um sentido primário, o conhecimento espiritual que obtemos dos Upanishads é Vedanta … Se houver um texto associado ao hinduísmo, é o Bhagavad Gita … O Bhagavad Gita é basicamente a essência dos ensinamentos dos Upanishads … Estes três—os Upanishads, o Bhagavad Gita, os Brahma Sutras—são conhecidos juntos como o triplo cânon ou a tripla base de Vedanta.

Quando você atravessar essas portas e olhar para trás ao mundo, vendo-o como o seu Ser brilhando, o trabalho estará feito.

A jornada espiritual da Vedanta não é uma jornada no espaço. Não é uma jornada de um lugar para outro... Vedanta não é uma jornada no tempo. Você não está esperando que algo aconteça... Vedanta não está lá. Não é então. É aqui e agora.

Do ponto de vista Advaita, há liberdade, não livre-arbítrio... Advaita diz que há liberdade — você como Atman é livre, mas como um ser limitado e individual você não tem livre-arbítrio.

Você é aquele que está livre da felicidade e da tristeza. Você é o testemunho da felicidade e da tristeza — testemunha da chegada, testemunha da permanência, testemunha da partida.

Advaita Vedanta faz uma clara distinção entre mente e consciência com base no fato de que a mente é algo que aparece para a consciência. Portanto, a consciência é simplesmente aquilo que ilumina todos os objetos … A experiência em primeira pessoa é o que a consciência faz … Da perspectiva de Advaita, a definição de experiência é ‘consciência mais objeto’.

O que é Vedanta? Swami Vivekananda diria duas coisas: a divindade dentro de nós e a unidade da existência… Vivekananda usou o Advaita Vedanta como base para a moralidade. O que Swami Vivekananda disse foi que, por ser uma única realidade, se eu machucar alguém, se eu enganar alguém, se eu mentir para alguém, estarei me machucando profundamente… Swami Vivekananda disse que quem foge do mundo para meditar e morrer em uma caverna himalaia em busca de Deus perdeu o caminho. Aquele que se joga de cabeça nas vaidades do mundo—ele também perdeu o caminho. Então, qual é o caminho? O caminho é espiritualizar sua vida cotidiana … Devemos nos realizar como consciência pura—Turiya—e a todos e tudo como nada mais do que o mesmo Turiya, e viver a vida em paz, plenitude e alegria. Realize a divindade dentro de você e a unidade espiritual de todo o universo. Manifeste essa divindade na vida diária através da paz, amor e serviço a todos os seres. Isso é a espiritualização da vida cotidiana.

Isso és tu. Não percebemos quão radical é essa afirmação. Significa que você não é nada além de Deus—o que significa que você não é o corpo, não é a mente, nem mesmo esta pequena pessoa. Ainda mais surpreendente, Deus não é nada além de você.

Você é a testemunha de todos os seus pensamentos, e também é a testemunha da ausência de seus pensamentos.

Vedanta é uma vasta, vasta literatura. É uma tradição antiga, que remonta a 5000 anos com os Upanishads. E, no entanto, você pode descrever a Advaita Vedanta em uma frase: Tat Tvam Asi (Isso Tu És) … ‘Isso’ significa aquilo que é adorado como Deus, a realidade por trás deste universo. ‘Tu’ significa você, o indivíduo. Você e isso são a mesma coisa … Investigamos essas duas polaridades … A análise sobre quem sou eu ou o que sou eu, e uma análise sobre o que é Deus. Então, você chega a uma síntese: ver qual é a realidade além de Deus e além do indivíduo.

A essência do ensinamento é que você é a realidade última, e se você se conhecer como isso, todos os seus problemas serão resolvidos. Você será capaz de superar todos os sofrimentos da vida … Não há maior aventura na vida humana, nem maior desafio na vida humana, nem maior propósito ou objetivo na vida humana, do que conhecer isso e realizá-lo em nossa vida.

O segredo da iluminação: Quando você está iluminado — quando você conhece o absoluto, Turiya — não é como um objeto. Não, não. Você é isso. Isso é o que você realiza. Você não é uma pessoa que realiza o absoluto. Se você é uma pessoa que diz "Eu sei o absoluto", então você não sabe. Quem sabe que não pode ser conhecido como um objeto, realmente sabe. Você não é uma pessoa que vive eternamente; você é essa existência eterna. Você não é uma pessoa que conhece essa realidade última; você é esse conhecimento. Você não é uma pessoa que desfruta de vários tipos de experiências bem-aventuradas; você é essa bem-aventurança. Você não é alguém que se tornou livre; você é a liberdade em si.

O sonhador e o mundo sonhado. O sonho ocorre completamente em nossas mentes. Quando você adormece e esquece o mundo desperto. Você até esquece que está deitado na cama e dormindo, e gera um sonho. Naquele momento, não parece um sonho; parece outra experiência desperta. Você só chama de sonho depois de acordar. No sonho, você existe. Você tem um corpo no sonho, você encontra pessoas no sonho.

A pessoa nunca é livre. Você se liberta da pessoa, a pessoa não se liberta.