Ficar preso em ideias e palavras sobre o Zen é, como dizem os antigos mestres, cheirar a Zen.

No entanto, para os filósofos da Índia, a Relatividade não é uma nova descoberta, assim como o conceito de anos-luz não é motivo de espanto para pessoas acostumadas a pensar no tempo em milhões de kalpas (um kalpa é cerca de 4.320.000 anos). O fato de os sábios da Índia não se preocuparem com as aplicações tecnológicas deste conhecimento decorre do fato de que a tecnologia é apenas uma das inúmeras maneiras de aplicá-lo.

O destino da vida é este momento eterno.

O Universo é o jogo do eu, que joga esconde-esconde para sempre.

Às vezes quase todos nós invejamos os animais. Eles sofrem e morrem, mas não parecem fazer disso um "problema".

A vida não é um problema a ser resolvido, mas uma experiência a ser vivida.

Apenas palavras e convenções podem nos isolar de algo completamente indefinível que é tudo.

Não há missão nem interesse em converter, e ainda assim acredito que se esse estado de consciência pudesse se tornar mais universal, as pretensiosas bobagens que passam pelos negócios sérios do mundo se dissolveriam em risos. Deveríamos perceber de imediato que os altos ideais pelos quais estamos matando e regimentando uns aos outros são substitutos vazios e abstratos para os milagres não ouvidos que nos cercam - não apenas nas maravilhas óbvias da natureza, mas também no esmagador e inquietante fato da mera existência.

Mas de qualquer forma, o ponto é que Deus é o que ninguém admite ser, e todos realmente são. Se você despertar dessa ilusão, e entender que o preto implica branco, o eu implica o outro, a vida implica morte — ou devo dizer, a morte implica vida — você pode conceber a si mesmo.

Sabemos que, de vez em quando, surgem entre os seres humanos pessoas que parecem exalar amor tão naturalmente quanto o sol emite calor.

As pessoas frequentemente me dizem: "Eu entendo o que você está dizendo intelectualmente, mas não sinto realmente, não percebo isso", e eu costumo responder: "Eu me pergunto se você realmente entende isso intelectualmente, porque se entendesse, também sentiria."

Um baú de moedas de ouro ou uma carteira cheia de notas não serve para nada para um marinheiro naufragado sozinho em uma jangada.

Você viu que o universo é, na essência, uma ilusão mágica e um jogo fabuloso, e que não há um "você" separado para tirar algo dele, como se a vida fosse um banco a ser roubado. O único "você" real é aquele que vem e vai, se manifesta e se retira eternamente em e como todo ser consciente. Porque "você" é o universo olhando para si mesmo de bilhões de pontos de vista, pontos que vêm e vão, para que a visão seja sempre nova.

Resistir à mudança, tentar se apegar à vida, é portanto como prender a respiração: se você persistir, se mata.

Quando um homem deixa de se confundir com a definição de si mesmo que os outros lhe deram, ele é ao mesmo tempo universal e único. Ele é universal pela inseparabilidade de seu organismo do cosmos. Ele é único no sentido de que ele é esse organismo e não qualquer estereótipo de papel, classe ou identidade assumido para conveniência da comunicação social.

Quanto mais algo tende a ser permanente, mais tende a ser sem vida.

O ponto de vista do tolo é que todas as instituições sociais são jogos. Ele vê o mundo inteiro como uma brincadeira. É por isso que, quando as pessoas levam seus jogos a sério e assumem expressões severas e piedosas, o tolo começa a rir porque sabe que tudo é um jogo.

Estamos em guerra entre a consciência e a natureza, entre o desejo de permanência e o fato do fluxo. Somos nós contra nós mesmos.

A ideia religiosa de Deus não pode cumprir totalmente a função da infinidade metafísica.

Mas eu vou te contar o que os eremitas percebem. Se você for para uma floresta bem distante e ficar bem quieto, você vai entender que está conectado com tudo.

O materialismo da civilização moderna é paradoxalmente fundado em um ódio à materialidade, um desejo orientado para metas de obliterar todos os limites naturais por meio da tecnologia, impondo uma grade abstrata sobre a natureza.

Na verdade, o mistério fundamental e último — a única coisa que você precisa saber para entender os segredos metafísicos mais profundos — é isto: para cada exterior há um interior e para cada interior há um exterior, e embora sejam diferentes, eles vão juntos.

O tempo é uma instituição social e não uma realidade física. Não existe tal coisa como o tempo no mundo natural - o mundo das estrelas e das águas, nuvens, montanhas e organismos vivos. Existe algo como ritmo - ritmo das marés, ritmo dos processos biológicos... Existe ritmo e existe movimento. O tempo é uma forma de medir o movimento.